sábado, 15 de outubro de 2016

Review - Luke Cage

 Review - Luke Cage


Após o sucesso das series da Netlix com o logo Marvel (Demolidor e Jessica Jones) nós temos mais um defensor nas ruas que agora tem sua própria serie, mas será que vale a pena perder tempo com ela?




Luke Cage surgiu nos quadrinhos pelos anos 70, totalmente inspirados pelo estilo Blackploitation dos filmes daquela época que abordavam a cultura negra colocando coisas como Hip Hop e Funk (funk do James Brown, pelo amor de Deus) em destaque. A serie caminha pelos mesmos rumos, porém não segue tanto a ideia dos quadrinhos clássicos. 



A origem de Luke vem de que ele serviu como cobaia para um experimento sabotado que acabou por dar errado. Mesmo falhando, Luke ganhou super-força e uma pele impenetrável. Ele decide fugir disso e usar esses poderes para tentar reconstruir sua vida e proteger Harlem, em Nova York, salvando sua cidade de gângsters e mafiosos, tudo isso sem medo de balas.



A serie começa até muito bem, abordando toda a cultura negra e estabelecendo Luke Cage dessa forma, pois representatividade é algo importantíssimo nos dias de hoje. Independente do que eu comente sobre Luke Cage é necessário ver o papel dessa série na sociedade atual, um menino afrodescendente de Harlem pode ver a série e pensar “Esse poderia ser eu” assim como muitos outros se enxergam em personagens como o Homem Aranha, por exemplo.





Seguindo esse gênero e cultura a série abusa da trilha sonora para estabelecer o clima dos anos 70 com suas músicas que relevam cada cena, um excelente trabalho por parte das construções de cenas e músicas que se encaixam de maneira espetacular.

A ideia principal dos quadrinhos de Luke Cage quando ele surgiu sem dúvida alguma era abordar mais a máfia, porque Luke não enfrentava vilões super poderosos ou ameaças cósmicas, ele enfrentava pessoas erradas e corruptas usando de seus poderes para isso e muitas vezes agindo até mesmo como um herói de aluguel. A série começa assim, mas depois desanda e segue por uma reviravolta de galhofas que fogem por completo da ideia e pelo episódio 5 é onde isso começa isso, sendo que a serie tem 13 episódios.

E falando em 13 episódios isso é coisa demais, não era necessário tanta coisa em uma série que abordasse um assunto mais das ruas e fica claro o quão forçado as coisas são alongadas apenas pra cumprir a lista, isso torna tudo mais demorado e chato, demora tempo demais pra algo de interessante acontecer, e pior ainda, demora tempo demais pra você sentir perigo de qualquer coisa, principalmente do Luke Cage que por ser indestrutível quase nunca demonstra ter sua vida na linha. Ao menos seus poderes são bem explorados, com o Luke toda hora levando uma saraivada de tiros e saindo ileso ou quando ele apenas acerta um tapa nos inimigos e isso é mais que o suficiente para nocauteá-los.



Os atores estão muito bem em seus papéis, Mahershala Ali entrega um intimidador Cornell Stokes e Simone Missick uma divertida Misty Knight, mas e quanto ao ator principal?




Mike Colter é um bom Luke Cage e em certos momentos ele consegue atingir o seu máximo, mas isso é raro e na maior parte do tempo o personagem é um cara com uma expressão facial só, fora que Mike é um cara que parece meio tímido em seu papel e isso é algo que dá pra se perceber desde que ele apareceu em Jessica Jones. O problema disso é que ele é o personagem principal da série, ele é o cara que tem o nome no título, e se ele não é tão incrível então porque diabos vocês está assistindo a série?

A pior parte é o final onde a galhofa toma conta e toda a ideia de conflito de ideias é jogada pela janela e nós temos algo que já vimos em qualquer outro filme de heróis, é decepcionante isso. Luke Cage era pra ser algo mais pé no chão como o que o quadrinho fazia e como a série havia prometido em seus trailers. 



Luke Cage tem elementos brilhantes e incríveis, a trilha sonora e atuação de alguns atores são incríveis e como o crime é abordado em seus primeiros episódios é muito bom e ainda tem os diálogos que impressionam por serem de assuntos sobre Hip Hop, basquete, mostrando que nem sempre o personagens só devem pensar no objetivo principal, mas fora isso a série se alonga demais e não possui algo tão memorável quanto Demolidor e Jessica Jones tinham. Mais parece que ela é apenas um passatempo que por se alongar demais acaba ficando chato. Assista os 3 primeiros episódios de Luke Cage e tire suas conclusões se vai continuar assistindo ou revirando os spoiler na internet pra não perder tempo.

Nota final: 6.8/10


"And he bulletproof, shoot, what kind of caliber is this? Got thugs in the store with the barrel on your lips"– Bulletproof Love, Adrian Younge e Ali Shaheed Muhammad (featuring Method Man).




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