domingo, 2 de outubro de 2016

O Bardo #2 - Star Wars - The Force Steady cap. 2

   
Obs.: Se ainda não leu o capítulo 1, clique aqui.
Capítulo 3 - O Tirano
 
 
Há muito tempo atrás, numa galáxia muito distante...
A República foi dissolvida. o maligno Império Galáctico se organiza em torno de seu novo líder, Palpatine, e de seu pupilo, Darth Vader, enquanto planeja a construção da nave mais poderosa da galáxia, a Star Destroyer. As forças imperiais implantam um novo exército de clones, ainda mais capacitado do que o primeiro, e iniciam a construção da arma mais destrutiva já feita, pretendendo capturar e destruir os membros da recém-formada Aliança Rebelde.

Agora unidos, um caçador de recompensas, um mercenário e um soldado do império escapam das forças inimigas, para se encontrar no planeta Nwython, onde fica uma pequena base rebelde.

Enquanto isso, nos confins da galáxia, uma sociedade de Jedi remanescentes procura desesperadamente pelo artefato que pode destruir os Sith definitivamente e restaurar a liberdade na galáxia.
The Force Steady – Capítulo II – O Fogo


A nave cai em direção ao planeta aumentando sua velocidade cada vez mais. Dentro dela, dois fugitivos do Império tentam se segurar. Com dificuldade, Ronen, o mandaloriano, caminha até o cockpit da nave, deixando John Walker na cabine de passageiros a contemplar pensativo o rombo aberto na parede da nave por aquele estranho passageiro. Com a nave quase na vertical, Ronen assume o comando. Nota imediatamente que os comandos ainda funcionam, embora a nave tenha despressurizado e perdido altitude. Num movimento brusco, ele puxa o manche na direção do próprio peito, fazendo esforço para estabilizar o Lambda. Assim que consegue, ele nota que estão ultrapassando a camada de nuvens alaranjadas que permeia o planeta. E logo em seguida vê o chão, uma planície verde, e logo à frente uma floresta gigante de palmeiras, cada vez mais perto.

– Walker! Sente e coloque o cinto! – alerta o caçador de recompensas.

– Eu não disse que preferia sem emoção?

– Não que eu me lembre... De qualquer forma, a culpa não é minha.

Ao sentar, com maior facilidade, visto que a nave foi estabilizada, John Walker rapidamente prendeu a tira por cima dos ombros, esperando o impacto.
A última coisa que viram foi a planície verde acabando e as primeiras folhas das palmeiras roçando na nave com violência. O lambda, com a lateral visivelmente danificada, adentrou nas folhagens com extrema rapidez e agressividade, voando cerca de 500 metros antes de cair. 


 ***

Feridos e tossindo, os dois desengatam o cinto, e em meio às ferragens, percebem que o teto da nave foi descolado. Saíram com dificuldade, Walker com uma torção no tornozelo, e vários ferimentos visíveis pelo corpo. Ronen não parecia estar seriamente e machucado, pois vestia armadura. Somente depois um hematoma revelou-se no estômago, mas sem gravidade. Juntou seu toca-fitas do meio dos escombros e o examinou. Pôs-se a reparar alguns defeitos ali e aqui.
Caminharam mancando para fora, vislumbraram o estrago, examinaram o buraco na nave. Ficaram bons minutos ali, em silêncio, até que olharam em volta e perceberam fumaça no horizonte. Com certeza haveria civilização, e desistiram de admirar os destroços da nave imperial para começar uma caminhada até a possível ajuda.
O limite da floresta dava para uma pequena colina, a qual tiveram de descer para encontrar um vilarejo amigável. Amigável, se não fossem as centenas de tropas imperiais que se espalhavam por todo o cenário. Os clones, e também puderam ver, um protótipo de clone mais avançado, que depois descobririam serem chamados de stormtroopers, inspecionavam o local. A maioria parecia como de costume, apenas vigiando, como o Império fazia em todos os planetas civilizados da galáxia. Mas, uma pequena parte, um grupo de clones e aqueles protótipos de soldado liderados por um general em traje clônico, parecia procurar algo especial. Esses, tiveram certeza na hora, estavam procurando por eles. Se destacava, no meio do grupo, um soldado diferenciado, excepcionalmente maior e mais robusto que os colegas, vestindo uma armadura nova e equipado com um lança-chamas.
O soldado do lança-chamas, o flametrooper, tinha a farda mais suja de terra e sangue do que os demais, e apenas isso conferia um aspecto mais intimidador a ele.
Walker, contrariado ao ver a multidão de imperiais ao redor da população relativamente pobre do vilarejo, indagou:

– Planetinha não catalogado, não? O que você tinha dito?

– Aquela nave deve estar desatualizada. O que faremos?

Nesse momento, o pé de Ronen escorregou no chão arenoso, e ele saiu rolando pela duna, indo parar na parede de um casebre de madeira frágil, fazendo barulho. Desajeitadamente, o rebelde desceu a duna, mandando o outro fazer silêncio, caso contrário, seriam descobertos. A vila era pequena, mas estava suficientemente perto de outra vilas, formando uma espécie de cidade. As casas, assim como os vilarejos, eram bem juntas umas das outras, e eram geralmente feitas de madeira e materiais sucateados. As poucas exceções eram as construções administrativas e as pequenas guaritas do Império. No centro do vilarejo, parecia se formar um mercado público, com muitas barracas de frutas nativas e lojas de sucata. O casebre em que Ronen havia batido parecia mais com um armário de ferramentas, pois não era maior que uma cabine de TIE Fighter. Viram um movimento de soldados ao redor e rapidamente entraram no casebre para se esconder. A porta de bambu fino rangeu, e eles fecharam logo. Encontraram ali dentro uma mesa de madeira de baixa qualidade com tecidos espalhados, nada muito significativo. Ouviram passos pesados do lado de fora, aparentemente de uma só pessoa.
Então esta pessoa abriu a porta distraidamente, olhando para trás e falando com o stormtrooper comandante. Era o flametrooper, imponente, entrando no casebre.

– TK, já disse que não obedeço aquele tal de... Não, o capitão. Ok, eu me dirijo para lá depois da ronda. – Assim, que terminou de falar, o soldado se virou para olhar dentro do casebre, e encontrou os dois fugitivos olhando para ele surpresos. Em um instante, só teve tempo de fazer um movimento de espanto, tomar posição de luta e ligar o lança-chamas que carregava no ombro, apontando-o para os rivais.

Em resposta, Ronen apontou um blaster qualquer tirado do seu coldre, e quando ia disparar... A arma travou. Ficou apertando o gatilho inutilmente, por segundos constrangedores, até que se irritou e lançou a própria arma no soldado, a qual quicou no peito e caiu no chão de terra batida.

– Vocês não saem daí tão rápido... – Alertou o flametrooper.

E ateou fogo no chão perto dos pés de Ronen, incendiando os panos da mesa, e criando uma barreira de fogo na frente dos dois fugitivos. Logo em seguida saiu correndo, para avisar os outros soldados.

– Daqui a pouco vai ficar quente aqui dentro... – disse  Ronen
– Ah, é sério mesmo? –Walker, indignado com a ironia do mandaloriano, ficou procurando algo para apagar o fogo que se alastrava rapidamente.
–Você se arrisca a pular as labaredas? – Assim que Ronen perguntou, as chamas explodiram ao entrar em contato com a pequena mesa rudimentar de madeira, chegando quase até o teto. Os dois estavam suando e sufocando com a fumaça.
– A parede! – Exclamou Ronen.
– O que tem ela?? A parede vai apagar o fogo? O que quer?
– Não, a parede é frág...
– O que tem essa maldita parede? O que espera que eu faça, mastigue ela pra não morrer asfixiado? Você é tão idiota assim caçador de recompensas de um... E começou a tossir violentamente com a fumaça em suas vias respiratórias.
– DERRUBE A PAREDE!!!
– Entendi... – E se atirou contra a parede, caindo inconsciente no chão.

Desapontado, Ronen aproveitou a fresta aberta na madeira da parede, colocou o cano de sua shotgun blaster ali e forçou para quebrar. Conseguiu, com dificuldade, abrir um buraco na parede que dissipou a fumaça e permitiu que o rebelde respirasse e recuperasse, aos poucos, a consciência. Arrastou-o para fora, deu uma pancada forte na cabeça, e conseguiu acordar Walker.
Viram vários daqueles protótipos de soldados se aproximando da casa, descobrindo que os dois tinham fugido, encontrando-os atrás da casa e correndo em sua direção. Ronen, assim que percebeu isso, saiu correndo, arrastando John Walker pela perna. O flametrooper, que era mais rápido que os outros soldados, foi na frente. Depois de uns 30 metros correndo, Walker recuperou a consciência, pois o chão de areia grossa era irregular, e os solavancos o acordaram. Ele girou, ficando de pé, desvencilhando-se da mão de Ronen. Este foi derrubado no ato, e levantou rápido, com os soldados em seu encalço. Cerca de 10 stormtroopers estavam perseguindo os fugitivos, os tiros de seus blasters E-11 como uma chuva de meteoros para cima dos dois. Um desses tiros acertou o capacete de Ronen no comunicador, que ficou incapacitado. Na perseguição, tinham atravessado toda a vila, até que chegaram no limite, em um areal que beirava a floresta de palmeiras.  
Cada vez mais perto, o flametrooper preparava o lança-chamas, aproveitando o campo aberto. Em seguida, Walker, que tinha começado a correr, pegou uma granada térmica do cinto, ao mesmo tempo em que corria. Olhou para trás. Conseguiu ver o flametrooper, absurdamente perto deles, correndo com muita fúria e cada vez mais perto deles, e meia dúzia de soldados mais atrás, atirando. lançou a granada e atirou com o blaster no detonador.
O que se seguiu foi uma explosão que lançou o flametrooper para trás com violência.
Só não o acertou em cheio pois estavam a uma distância considerável. Mesmo assim, a onda de choque da detonação atingiu, embora com menos força, os stormtroopers que vinham mais atrás, e assim Ronen e Walker tiveram uma vantagem ótima para fugir. Sem pensar, os dois correram em direção à floresta e desapareceram nela.


***
 

O flametrooper que foi atingido mais gravemente pela granada tentava se levantar, mas parecia bem machucado nas pernas. Sua armadura, resistente até à blasters, tinha amortecido um pouco o impacto. Chegaram perto dele os outros soldados que haviam sido atrasados pela detonação da granada, sete no total. Na frente deles, liderando, o comandante TK-21, que usava um acessório laranja no ombro, diferenciando-o dos demais, aproximou-se. Olhando na direção do flametrooper, depois para um outro clone, disse:

– Chame a nave. Não vamos perder aqueles dois de jeito nenhum!

O stormtrooper saiu correndo, gritando para um batalhão posicionado no limite do vilarejo, e se afastou até que não foi mais ouvido. 

– Hunk. Você tem um lança-chamas. Uma armadura resistente aos blasters mais poderosos. Tem um treinamento digno dos generais da mais alta patente no Império. E você perde dois fugitivos como aqueles?

– Eu não os perdi, ainda estão na floresta TK.

– CALADO! Você se dirige a mim como capitão, não é por que tem armadura mais pesada que você é superior a mim, HK-214. Foi a última vez que falhou comigo. Assim que voltarmos com o batalhão para Gwin, você vai direto para a sessão de recondicionamento disciplinativo. E desta vez é passagem só de ida.

Hunk não podia acreditar. Tinha cumprido seu trabalho muito bem, foi impedido por uma granada, da qual era impossível escapar. E mesmo assim seria mandado para ser torturado na base imperial. Um ódio mortal começava a tomar dele, lembrando de todas as sessões pelas quais já havia passado na sala de paredes negras em Gwin.

– Vamos, levante-se. Está com medo, esquentadinho? – E o capitão deu um chute em sua perna.

Então as suas pernas pareceram melhorar. Estavam de repente mais quentes que o normal, e a fúria subiu até seus olhos, que pareciam se incendiar. Ele se levantou devagar, tomado pela raiva. Olhou, por trás do visor do capacete, o seu agressor. Agora, parecia que um monstro estava se erguendo sobre TK, que era significativamente mais baixo. Ele insistiu:

– Esquentadinho.

Aí Hunk explodiu. Seus olhos foram completamente tomados pelo fogo. Já não era mais um ser humano, era um demônio. Jogou o capitão para trás, a uma distância que poderia ter matado um Wampa. Arrancou o lança-chamas do ombro, e queimou os outros stormtroopers que olhavam aterrorizados. Alguns, que tentaram fugir daquele piromaníaco bestial, foram agarrados pelos pescoços e lançados para todos os lados antes de serem pulverizados.
Um último soldado corria como se não houvesse amanhã, mas Hunk foi mais rápido. Correu, alcançando-o em um salto e derrubando-o na areia. Socou sua nuca até ver que o outro não mais respirava, mas não parou. Ainda chutou o corpo e ateou fogo. Hunk olhou para os oito corpos mortos em sua volta, alguns ainda pegando fogo. Olhou para as próprias mãos, cheias de sangue. Foi andando para trás, mais calmo, porém aterrorizado pelo que tinha feito. Saiu correndo em direção à floresta.


***


Assim que entraram novamente na floresta, avistaram um lago, cheio de juncos na costa. Esconderam-se em um aglomerado de folhas mais denso, que permitia a camuflagem. Ronen sentou em uma pedra lisa, retirou o capacete, os cabelos pretos completamente desarrumados. Ficou examinando o comunicador do capacete e tentando consertá-lo, sem sucesso. John Walker, impaciente, andava de um lado para o outro naquela pequena clareira cercada por folhas de palmeiras. Pegou um charuto de tabaco espasani do bolso da jaqueta marrom surrada, colocou na boca, sugou e soltou a fumaça para indagar:
– Nós vamos ficar aqui até nos encontrarem? Ou vamos achar logo uma maldita nave que pode nos levar a Nwython?
– Não precisamos achar uma nave, esse planeta deve estar cheio de contrabandistas que dão carona se bem pagos.
– Ah, que ótimo! Você tem quanto dinheiro? 200 mil unidades de crédito por acaso? – Ironizou Walker.
– Tenho 200 unidades, serve?
HA-HA-HA. Até mesmo esse toca-fitas valeria mais se vendesse como sucata. 

O caçador de recompensas ficou furioso ao ouvir aquilo.
– Esse toca-fitas vale mais que você, idiota. Nunca, nem mesmo cogite encostar nele!
– Por que estão discutindo para encontrar um contrabandista? Eu posso ajudá-los a roubar uma nave do Império, se quiserem. – A voz grave e metálica, abafada por um capacete, veio de fora da clareira.

Revelou-se aquele flametrooper do vilarejo, afastando as folhagens para o lado. Imediatamente Ronen e Walker apontaram as armas para ele. O alvo levantou as mãos, em sinal de paz. 

– Meu codinome é Hunk, eu estou do lado de vocês agora.

John Walker, incrédulo, passou a mão em sua barba espessa e bem parelha, e atirou na cabeça de Hunk, ao lado do ouvido. O tiro foi refletido no metal da armadura, mas danificou os circuitos internos do capacete. 

– Você está louco? Destruiu meu comunicador!
– É só pra garantir...

Ronen se aproximou, com a arma em punho. Perguntou:

– Como vamos saber se você está mesmo do nosso lado? Tem alguma prova?

Hunk tirou do cinto o capacete de um daqueles protótipos de clone, cheio de sangue. 
Os três, ali no meio da floresta de palmeiras altas, ouvindo o som das aves do lago, se encararam por um momento. Ronen, perto da pedra onde estava sentado, a armadura mandaloriana preta e vermelha agora praticamente marrom por causa da areia, ainda não acreditava no flametrooper. Walker, as roupas rasgadas e cheias de terra, estava pronto para atirar novamente, mas aguardava. Naquele impasse, só conseguiam pensar em quem eram seus verdadeiros inimigos ou aliados. Mas também pensavam em como iriam sair daquele planeta, chegar à Aliança Rebelde e estar livres do Império para sempre. 

– Vocês podem não acreditar em mim, mas uma coisa é certa: Tem uma nave imperial extremamente rápida e com artilharia de precisão lá fora, nos procurando, e eu sou a sua única chance de roubar um transporte para fora desse planeta.

De modo que Walker e Ronen perceberam sua situação, pois só um soldado do Império tinha acesso a um Shuttle do Império. Mas não havia mais tempo para pensar. Um vulto passou por cima de suas cabeças, e seu som agudo alertou: É hora de agir. A nave os identificou e começou a atirar. E os três começaram a correr. 



CONTINUA NA SEMANA QUE VEM





Por favor, comente qualquer erro que você perceber, critique, elogie, beba um café, e compartilhe nossa página.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Relacionados

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...