segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O Bardo #6 - Contos de Terror da Meia-noite

FELIZ ANIVERSÁRIO.

 

 O ser humano é capaz de muitas coisas; dentre elas estão matar, roubar e até torturar. 
Há semanas um assassino vem me tirando o sono. Seus alvos são qualquer coisa que se movimente. 
Semana passada ele abusou sexualmente e matou um menino de sete anos. 
E seja ele quem for, sabe esconder evidências como ninguém. 
Londres, 15 de dezembro de 2016. Casa do chefe de polícia Scott. 
-Então você vem até aqui só para me dizer que não conseguiu nada? 
-Eu e minha equipe fizemos o melhor que conseguimos. Analisamos cada milímetro de todas as cenas do crime dos três casos, e nada. 
-Nenhum hábito do assassino?
-Sim. 
-Pelo menos isso, e qual é esse hábito?
-Hábitos, na verdade; bom, são pessoas saudáveis, jovens, ele parece estar indo de idade em idade; Primeiro foi uma criança, depois um adolescente, depois um adulto de 21 anos. 
-Qual seria a próxima faixa etária? 
-Nós acreditamos ser de 25 a 28 anos. 
-Mais alguma coisa, Bruce? 
-Ah, me esqueci do mais importante, as pessoas que ele mata... 
-Diga, detetive! 
-Elas fazem aniversário no dia do assassinato. Logo quando saí da casa de Scott, a imprensa veio ao meu encontro. Desde aquele momento, eu sabia que estava inteiramente fodido. 
-Senhor Addler! Senhor Addler! Qual a sua posição sobre o assassino? 
-Senhor Addler! Vocês já descobriram alguma coisa? 
-Não sabemos muito, mas sabemos que estamos lidando com um profissional.
- Eu disse. Estava tudo correndo bem, na medida do possível, mas eu só ouvi a voz de um homem, dizendo: 
-E sobre seu aniversário ser no dia 17, daqui a dois dias? 
Agora sim. Fodeu. Eu me recusei a responder a pergunta deste repórter. Saí disparado pra casa, e à noite pensei em uma estratégia, ou até em me conformar. 
Londres, 16 de dezembro de 2016. 13ª D.P. 
Tento, tento e tento outra vez. Mas nada. Nada de digitais, nem no abuso sexual da criança, nem uma gota de sêmen. Um monstro. A cada segundo que passa, o medo aumenta. 
-Bruce, tem um telegrama pra você, deixei na gaveta da sua mesa. 
-Ah, ok Edna, obrigado. 
Eu abro a gaveta esperando alguma conta, até que... Feliz aniversário, detetive. Agora eu sei. Meus cabelos se arrepiam e eu congelo. Fico olhando para aquela carta como se fosse a última que iria ler. O pior é que tentei avisar sobre o que estava acontecendo comigo. Mas todos estão cagando pra isso. Londres, dia 17 de dezembro de 2016. Casa de Bruce Addler. 
É o dia. Como de costume, Scott me deixou de folga. O implorei para trabalhar e expliquei a situação. Mas não. A noite chega. Tomo um banho pra esquecer. Começo a pensar no caso, por mais que eu tente deixar o assunto de lado. Quando passo o shampoo imagino coisas acontecendo. Até que quando removo o shampoo, vejo um vulto. Eu fiquei mais um tempo no chuveiro. Nunca senti tanto medo em minha vida. Pouco a pouco vou morrendo. Por dentro e por fora. No banho inteiro olhei para os lados incessantemente. Quando saí do banho, havia um bilhete escrito com sangue, dizendo: Olá, detetive. Bonita casa. Eu e ele estamos nos divertindo. Em breve o senhor se juntará a nós. Não quero te deixar curioso, então aqui vai meu nome: 
JACK STRAVINSKY. Não demore. XOXOXOXOXO Ele? 
Eu, por algum motivo, resolvo seguir normalmente. Vou para o quarto. E abro meu closet lentamente, olhando para os lados. Vejo o corpo de Scott, enforcado. Parece que não era só eu que fazia aniversário naquele mesmo dia. Meu corpo se recusa a executar qualquer movimento. Olho para trás com pupilas dilatadas e respiração ofegante. E então antes de me virar completamente, sinto algo entrar em meu ombro. Uma faca. 
-Aaaaaahhh! 
A dor é terrível. Eu caio no chão e vejo seu rosto.
Seria melhor morrer do que olhar aqueles olhos outra vez. Olhos negros. Frios. Como se ele não sentisse nada. Um chapéu panamá. 
O rosto dele é mutilado, e um olho não possui pálpebras. Um macacão de carpinteiro sujo de sangue. Ele é um guarda-roupas. 
Rapidamente me tranco no closet. Cada soco dele na porta do closet aumenta o ritmo de meus batimentos cardíacos. Ficar ali foi burrice. 
Ele, com seus socos, abre um buraco na porta. Ele poderia abrir por dentro, mas continua socando. Sim, o bastão de baseball! Nunca agradeci tanto ao meu pai por tentar me colocar na escola de baseball. Os socos continuam, até que ele quebra a porta. 
Após três golpes com o bastão, a madeira cede. Era uma vez um bastão. 
Meu ombro sangra. E eu uso o corpo do meu chefe como um escudo humano. 
Confesso que não me senti mal com isso. 
Resolvi lutar. 
Ele fica parado enquanto eu o soco. Soco após soco, e ele não esboça dor, nem reação nenhuma. Filho da puta. Sim. Pendurei-me na arara de roupas e meu chefe e as roupas, caíram em cima dele. 
Eu o faço cair no chão e corro para fora. O banheiro. Esgotei meu creme no chão enquanto ele luta para se levantar. Peguei o álcool na lavanderia. Fiz fogo no chão com o álcool e meu isqueiro. 
E como minha casa é à prova de incêndios, água começa a sair dos esguichos no teto. 
A casa vira uma meleca. 
Ele leva um tombo ao longo do corredor. 
Tento usar o telefone, mas ele pensou antes de mim. 
Ele rasteja lentamente pelo corredor. Agora sim. Fodeu de verdade. Eu abro a janela e grito por socorro. Mas ninguém parece se importar. Meus gritos vão se enfraquecendo. E quando penso em outra estratégia... É tarde demais. Ele estava atrás de mim o tempo todo. Ele ficou me vendo gritar. 
E só olhou. O monstro me ergue pelo pescoço e prepara sua faca. E sorri. Um sorriso tão vazio quanto seu olhar. Um sorriso mal. Que sente prazer com minha dor. Graças à água e ao creme, a faca escorrega. O assassino resolve fazer o serviço sem a ajuda de acessórios. Ao meu lado vejo uma faca. Ainda bem que não vi depois dele. Eu tento alcançar a faca, mas não consigo. Minha visão se escurece. Eu vou desistindo. Me lembro do isqueiro. E da garrafa de vodka ao meu lado. Alcanço a garrafa. O isqueiro não pega, com a água que sai pelos esguichos. Meu dedo começa a sangrar. 
E aí sim, acho que acabou. Procuro o ar, mas não consigo. A vodka! Rapidamente abro a garrafa de vodka e despejo nos olhos dele. Ele grita. 
-Aaaaaahhh! 
Ele me solta e coloca as mãos nos olhos. Eu estou em choque. Como ele está concentrado na dor que sente, resolvo o empurrar para fora. Seu corpo atravessa a janela. 
Eu o matei. 
A polícia chega. E eu conto o que sei. Mas quando olho para fora... Seu corpo não está mais lá. O resto da minha equipe conseguiu uma testemunha, que deu um retrato falado do assassino. Sabemos quem ele é. E vamos atrás dele. Custe o que custar. 
Londres, dia 18 de dezembro de 2016. 13ª D.P. 
Ainda não acabou. Eu sei que não. 
-Parabéns, Bruce! 
-Obrigado, Edna. 
O pessoal da delegacia me fez uma festa. Mas eu ficava pensando no motivo dos assassinatos. Loucura? Talvez. Só sei que virão mais assassinatos para ele. E ele vem atrás de mim. Vou tirar umas férias. Sair daqui por um tempo. 
-Bruce! Bruce! Uma menina encontrou seu pai morto em casa, temos que investigar. 
Ele não esperou. Vou ter de deixar as férias para o mês que vem.


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Chapéu da Bruxa - Recomendações semanais, especial de Halloween


Mas o que aconteceu? Porque esse nome? É porque é Halloween meus amigos! E hoje no Gorro do... err, que dizer no chapéu da bruxa (ou seria seu caldeirão?) iremos desvendar magias, abrir portas para outras realidades e ver o que há de melhor entre uma série, um filme, um livro e uma HQ para aproveitarmos essa data festiva.








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Melhor vídeo de Halloween de todos os tempos!



Se não conseguir assistir, clique aqui.

Bota pra co-op #7 - 5 motivos para jogar Bioshock neste Halloween

5 motivos para jogar Bioshock neste Halloween


Você provavelmente já ouviu falar de Bioshock, seja sua primeira encarnação, ou a mais atual, com tom mais alegre e patriota. Nessa matéria nosso objetivo é incentivar você a jogar o Bioshock clássico, que acredite ou não, está lotado de terror até o pescoço. 



1 - O Visual 




Os eventos abordados em Bioshock ocorrem em Rapture, o parque aquático favorito de todos, uma cidade submersa, onde acreditava-se ser o futuro, e acabou sendo uma casa de horrores. Em Rapture você encontra humanos geneticamente modificados, com máscaras bizarras cobrindo suas faces mutiladas pelos insanos doutores. 

Sangue, membros e luzes piscando, misturados com um toque dos anos 60 marcam os cenários, que lhe passam a sensação de estar sendo observado e claustrofobia. 


2 - O Clima de Terror 





Há um simples objetivo. Pegue as chaves em cima da mesa. Você caminha até a mesa, observando a rachadura na janela que dá para o fundo do mar, pensando que assim como sua mente, aquilo estaria à beira do colapso. Então você chega ao objetivo e coleta as chaves, mas não antes da luz apagar, e sons arrepiantes surgirem. Este é o clima de Bioshock. E ele não se limita a isso, pois a trilha sonora e as dublagens incríveis -infelizmente- fazem uma atmosfera muito imersiva. 




3 - A História 





Após passar por tudo isso, o jogo ainda surpreende com sua história criativa e elaborada, onde você se vê em meio a um jogo de personalidades e um conflito de certo e errado. 



A história começa quando o voo do protagonista cai no meio do oceano, logo ao lado de um farol, que é apenas a entrada do mundo de insanidade que existe nas profundezas, e a partir daí a história se desenvolve, possuindo até finais alternativos. 


4 - A Gameplay


Bioshock possui uma excelente gameplay, que é capaz de conceder habilidades ao jogador sem facilitar muito o jogo. O jogador possui os movimentos básicos como andar, olhar em volta, pular e abaixar, você tem uma roleta com armas de fogo e uma arma branca, parecido com Doom, e dentre elas existem as mais criativas formas de eliminar os oponentes. 



O forte do jogo são os tônicos, onde você bebe e desbloqueia diversas habilidades para ajudá-lo em combate, mas eles gastam sais, e precisam ser restaurados por consumíveis encontrados no mapa. O jogo também é criativo quanto ao modo de enfrentar inimigos, pois cada um possui seu ponto fraco e vulnerabilidades ao diversos tipos de munição. 


5 - O Clássico de uma Era 




Aposto que antes dessa matéria você já tinha ouvido falar sobre o jogo, ou até jogado. Bioshock é o primeiro de uma sequência de vertentes que virão, e se você tiver ouvido falar de Bioshock, ao jogar qualquer um desses jogos, irá se lembrar de suas raízes, sobre a gigantesca obra que foi o game. Três jogos, não muito elaborados, não os melhores que você já viu, mas definitivamente originais, pois Bioshock não segue uma tendência. Ele criou uma. 



Pronto, você tem a nossa conclusão. Agora lhe daremos o principal motivo; para você ter a sua conclusão, e aproveitar o máximo a experiência. Lembre-se de fechar as portas e janelas, e apagar a luz, e afunde nas profundezas de Rapture. 

"Would you kindly play Bioshock?"









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Aviso - Edição especial de Halloween

Hoje, aproveitando o Dia das Bruxas, estaremos postando conteúdo especial relacionado ao tema. E a surpresa do dia (ou melhor, da noite), será a matéria principal, juntamente com a capa. Será postado à meia-noite, não perca.

domingo, 30 de outubro de 2016

O Bardo #5 - Contos de Terror da Meia-Noite

Diário de Morte

Já percebeu como os contos de terror sempre tentam nos assustar e acabam falhando de forma miserável? A gente pensa “não é como se essas coisas realmente tivessem acontecido”. Mas e se um livro fosse capaz de contar o seu futuro de uma forma não muito amigável, você o consideraria um livro de terror ou apenas um livro estranho?
Pois isso aconteceu no México. No estado de Veracruz, em 1823, havia uma cidade que era conhecida principalmente pela maneira como as crianças da cidade brincavam. Eram todas bem unidas lá. Gostavam umas das outras, e era isso que importava em Biitos.
Por ser uma cidade pequena (com seus menos de 5000 habitantes) todos lá se conheciam. Foi por isso que ficaram assustados quando descobriram que o pequeno Tomás havia se matado. Ele era muito querido pelos amigos e pelos professores, assim como pelos “irmãos”. Digo “irmãos” pois Tomás morava em um orfanato na cidade, que atendia todas as crianças na região da capital (no caso, Xalapa). Eram cerca de quatro seus amigos e irmãos mais próximos: Francesco (que todos chamavam carinhosamente de Chiquito), Dir (menina recém chegada, mal falava com os demais), Pedro (era o garoto mais experiente do local) e também havia uma outra garota que ninguém lembrava o nome e ela não conseguia pronunciá-lo muito bem.
De qualquer modo, as crianças ficaram apavoradas quando descobriram do amigo.
- Ele estava bem ontem – disse Chiquito.
- Sim, mas ele estava meio estranho ultimamente – contestou Pedro, pensativo.
- Eu não percebi nada.
- Ele foi dormir tarde a semana inteira, vocês não perceberam? – perguntou Dir.
- Eu estava no castigo de novo, e o Chiquito dormindo parece uma pedra.
- Talvez fosse por causa de algo que ele encontrou – disse tímida a garotinha sem nome.
- Verdade, lembro de ver ele escondendo algo sexta.
- Vamos ver as coisas dele antes que mudem tudo de lugar.
Foram para a cama de Tomás. Ao lado, uma escrivaninha onde guardava seus poucos livros e cadernos. Pegaram tudo o que julgaram suspeito e se reuniriam novamente às 19h daquele mesmo dia.
- Mas e o jantar... – disse a garota sem nome.
- Não se preocupa, eles tão muito transtornados para qualquer coisa hoje. Desculpe, mas qual o seu nome mesmo?
- Bem... eu não sei direito. Muente eu acho.
- Okay, Muente, ainda não fomos muito bem apresentadas não é? Sou Dir, muito prazer.
- Obrigado! – disse a menina, abrindo um enorme sorriso no rosto. Sentiu-se acolhida.
Reuniram-se com Chiquito pouco mais tarde.
- E o Pedro?
- Na detenção ainda, ele não achou nada demais pelo que me contou, só um diário idiota.
- Bem, a Muente só encontrou uns livros sem sentido e eu encontrei duas cartas que ele recebeu do jornal a respeito daquela reclamação de perturbação pública.
- Todas lembramos daquele dia... – exclamou Muente.
Ele tinha saído correndo do orfanato gritando e pulando nas árvores da praça próxima, nada demais.
 - De todo modo, vou dormir e amanhã a gente conversa com o Pedro. Boa noite, gente.

Eles nunca mais falariam com o Pedro.

Naquela noite, Pedro se atirou da janela do castigo, que era o andar mais alto do orfanato (3°, se não nos falha a memória).

O que ele tinha descoberto?

Ao bisbilhotar o quarto antes que a perícia chegasse, Francesco encontrou o diário.
- Chiquito, você tem certeza que isso é um diário? - Perguntou a garota sem nome.
- Sim, mas qual o seu nome mesmo?
- Bem... acho que é Mirte.
- Veja bem Mirte, aqui tem detalhes de tudo que aconteceu depois com o Tomás. Mas o estranho é que também tem o que aconteceu com o Pedro. Será que ele continuou escrevendo? O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
- Eu tô com medo.
- Não se preocupa, essa noite eu leio e amanhã a gente fala com a Dir junto.
- Tem certeza? Não parece seguro.
- Confia em mim, tudo vai dar certo.

Não deu.


Dir acordou no meio da noite com alguém gritando. Ao correr para ver o que era, viu a porta do dormitório masculino aberto. Correu para perguntar a alguém o que  tinha acontecido. Curiosamente, ninguém se encontrava no dormitório. Mas ela viu algo interessante. O diário que até onde sabia estava com Pedro. Levou-o até a sua escrivaninha no dormitório feminino para ler com a luz da única vela que encontrara no casarão.

“Caro diário, não quero mais viver. Está tudo pior desde a advertência da prefeitura, não me amam mais por aqui. Vou ter que dar um jeito nisso”.

Isso estava escrito logo na primeira página, o que deixou a garota ainda mais curiosa.

“Sinto falta de meu amigo. As garotas não entendem o quanto éramos próximos. Não sei mais o que fazer. Penso em me atirar pela janela, mas não me parece uma solução. Quem tomaria conta delas? Chiquito?”.

As coisas pioraram.

“Encontrei o diário, mas parece que tem alguém querendo sumir comigo, acho que vou fugir por uns tempos”.

A última página. O diário era muito curto e tinha diversos desenhos pelo meio.

“Todos eles estão mortos. Sinto que meu próprio nome tenha algum significado diferente dos demais. Isso significa que eu sou a escolhida? Ou que devo apenas me sacrificar como os demais. Parece até que há algo me perseguindo. Parece que há algo atrás de mim exatamente agora. Não aguento mais. Farei o meu destino o mesmo que o de Pedro e de Tomás”.
Foi quando ouviu um vulto logo atrás. Virou-se rapidamente.
- Nossa querida, que susto. Eu juro que não pergunto mais isso, mas qual seu nome mesmo?
- Muerte.









sábado, 29 de outubro de 2016

O Bardo #4 - Contos de Terror da Meia-Noite

E pensava consigo mesmo a vítima daquele infortúnio: "Minha vingança cairá sobre ele, maldito seja, como a morte cai sobre todos. Farei com que sofra a dor que me fez sentir, sem nenhum dó"

Os agressores eram quatro. Mafiosos, queriam o pagamento, não receberam, tiveram de agir. Agora estavam cada um em suas casas, embora a vítima da vingança fosse só uma, o chefe da facção criminosa. Era madrugada, por volta das duas horas. O vingador entrara pelo alçapão externo do porão, facilmente aberto com o auxílio de um pé-de-cabra. Era uma casa grande, de madeira, dois andares. 

A vítima dormia, com sua esposa, na antiga cama de madeira de cedro, pesada, em suas cobertas de tecido nobre, comprados através do dinheiro proveniente da ação criminosa. A cama ficava no centro do quarto, encostada na parede, ao seu lado esquerdo, onde dormia a mulher, estava um grande armário, de madeira robusta escura. Na direção dos pés da cama, ficava a porta do quarto, que estava entreaberta, e revelava a escuridão do corredor do andar de cima daquela velha casa. Ao lado direito, onde o mafioso roncava pesadamente, uma brisa fria entrava pela janela, junto com uma luz suave e tenebrosa. Sentindo o calafrio, o chefe da gangue, por volta dos 50 anos, levantou-se. 

Dirigiu-se à janela, depois de colocar os pesados tecidos do cobertor para o lado, olhar para o breu tentando enxergar qualquer coisa, desistindo, e pegar o charuto de cima do criado-mudo. Acendendo o charuto, colocou-o na boca, fechou o vidro da janela. Ficou escorado na parede, olhando melancolicamente para a noite quieta lá fora. Nenhuma viva alma andava pela rua, a não ser um vira-lata raquítico que vasculhava as latas de lixo em busca de comida, tremendo de frio devido à névoa baixa que pairava no asfalto. Silêncio total. O mafioso notou que, no gramado do jardim, marcas de lama formavam pegadas, que seguiam até a lateral da casa, e sumiam de vista. Achou estranho.

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Resolveu descer para investigar, e com passos leves, saiu do quarto sem acordar a mulher. O corredor era ainda mais escuro do que o quarto. Pegou, num pequeno balcão encostado na parede, abaixo de um quadro com o retrato de um velho senhor com olhar impetuoso, uma vela. Acendeu-a iluminando a pintura, onde se liam as palavras "Ao finado pai, patriarca mais generoso da família." Ouviu um ruído de passos na escada. Antes mesmo de andar mais dois metros na direção da pequena sacada da escada, apagou a vela. Pegou o revólver da mesma gaveta de onde tinha pegado a vela, e ficou de prontidão para mandar para o inferno o invasor.

O primeiro passo fez ranger o degrau de madeira. Os passos seguintes silenciaram. Encostado na parede, ao lado do sinistro quadro, o mafioso esperava, calculando com certa aproximação o tempo para o intruso chegar ao segundo andar. Mas estava muito escuro. Teria que atirar às cegas. Ouviu nitidamente quando o invasor pisou no chão de parquê, e não hesitou em desferir cinco tiros na direção da escada. 

A casa silenciou novamente. Ninguém se movia. O criminoso achava que tinha conseguido matar o intruso, e sorriu. Neste momento, o silêncio foi quebrado pela porta do quarto se abrindo rapidamente, e a mulher do mafioso saindo dele com uma vela acesa na mão. 

A luz alaranjada forneceu muito pouca claridade ao ambiente. A mulher, pasma, perguntou ao marido, sussurrando:

-- O que houve Pietro? Mais um bandido?
-- Já disse para não me chamar assim! Faça silêncio, quero checar o corpo.

Assim que disse isso, na luz da vela, aparece um reflexo de metal. Pôde ver pelo contorno, um pé-de-cabra, e antes mesmo de qualquer reação, o metal desceu sobre o cérebro da esposa, e esta caiu no mesmo instante.
A vela caiu no chão, apagando-se lentamente.
Pietro atirou desesperadamente mais duas vezes, antes de ouvir os estalos do revólver indicando que não havia mais munição. Tremendo, largou a arma, tomou a iniciativa e saiu correndo, atropelando o que houvesse em sua frente, e desceu a escada tropeçando. 

----------o----------

Chegou ao pé da escada, olhou para a lareira e pegou o atiçador de fogo, apontando-o para o lugar de onde, esperava, o assassino viria. O andar de baixo da casa estava também escuro, embora uma suave iluminação viesse da janela da sala, fazendo ser possível contemplar a rústica decoração, os quadros de pessoas falecidas, as poltronas de tecido vermelho xadrez. 

Pietro não tinha tempo de contemplar a decoração. Só apontava para a escada aquele pedaço de metal afiado, com alguma esperança de se defender.

Silêncio. 

Pôde-se ouvir a chuva que começava timidamente. 

Pietro aproximou-se da escada. Um passo depois do outro, olhou para cima.

De súbito, o cadáver de sua esposa caiu enforcado onde ele estava, ao mesmo tempo em que um relâmpago iluminou a cena, e ele pôde ver o rosto de pânico que ainda estava estampado no rosto da mulher. Saiu correndo na mesma hora, deixando a porta da frente escancarada, se dirigiu à garagem. 

----------o----------

A chuva já era bem mais forte. Trovões deixavam a atmosfera mais e mais aterrorizadora. Pietro chegou na garagem, entrou no carro, o desespero tomando conta de seus gestos. Colocou a chave na ignição.

O carro fez ruídos, como que engasgando. Não pegava. Pietro bateu no painel, com raiva, e desistiu de usar o carro. Tentou sair, mas a porta estava trancada. O portão da garagem se abriu lentamente, revelando um vulto esperando, de pé. Um raio caiu nesse instante, revelando uma face branca, deformada, totalmente assustadora. Um grito sufocado saiu do fundo da garganta do mafioso. A porta do carro se abriu, e ele saiu tropeçando, olhando para trás a cada dois segundos, perdendo o assassino de vista. 

Chegou ao quintal da casa, não sabia para onde fugir. O escuro impedia a visão, e inevitavelmente, ele caiu num buraco retangular à sua frente. Era uma cova, mais profunda do que um poço.

O criminoso não continha-se de terror, seu coração palpitava chegando a doer.

Suas unhas tentavam em vão agarrar-se à terra, buscando sair daquele buraco da morte. Mas olhou pra cima, e viu aquele rosto cadavérico, com um brilho fantasmagórico, sorrindo malignamente para ele.

-- Por que? Quem diabos é você?

-- Você me enterrou vivo Peter. Estou retribuindo.

Os gritos do mafioso eram mais e mais altos enquanto a terra caía sobre seu rosto, e cessaram quando a terra já o cobria. O assassino fantasma virou-se e saiu, deixando a pá cravada no jazigo eterno de Pietro.


5 recomendações de filmes para assistir nesse Dia das Bruxas

  5 recomendações de filmes para o Dia das Bruxas

  


1 - O Exorcista



Eu sei, eu sei; vocês já cansaram de ver gente puxando o saco de “O Exorcista”. Mas nós não poderíamos fazer uma lista de recomendações para o Dia das Bruxas sem citar essa obra-prima, não é mesmo? O filme traz a história de Regan, uma menina que ao usar o tabuleiro de Ouija começa a se comportar de modo estranho. Ela passa por psiquiatra, médico, e até então nada é descoberto; então a mãe, como última opção, opta por um exorcismo. Os personagens atraem nosso afeto. Principalmente o Padre Karras, que a meu ver é um personagem muito bem criado por Friedkin e muito bem executado por Jason Miller; e eu tenho um carinho especial por esse personagem. O elenco em geral está muito bem; A menina (na época) Linda Blair está incrível, a expressão facial em sua face quando Regan, sua personagem, ri (na verdade é o demônio pazuzu, mas tudo bem) é de gelar a espinha. A direção de Friedkin nesse filme é simplesmente perfeita, sabe aquele tipo de diretor que sabe exatamente onde posicionar a câmera, que sabe as palavras certas à se adicionar no diálogo e que chega até a ser louco? É exatamente ele, que inclusive carregava uma arma pelo estúdio, atirando para o alto com a finalidade assustar os atores, assim criando uma expressão de susto real. O diretor sabe criar uma cena memorável; como Regan descendo a escada de costas e abrindo a boca cheia de sangue, e depois girando a cabeça em 360 graus, mas acho que a mais marcante, na minha humilde opinião, é dela se contorcendo quando uma luz forte bate e a imagem da estátua de pazuzu aparece ao lado.



O Exorcista é um modelo a ser seguido. Ele te deixa desconfortável no início, com medo no meio e aterrorizado no final.


2 - Uma Noite Alucinate: A Morte do demônio.

 


Certa vez ouvi alguém dizer que um filme de terror é algum filme que te faça sentir medo, desconforto, e em alguns casos, nojo. Esse filme te faz sentir todas essas coisas e alguns extras. Se você parar pra pensar, o roteiro do filme é bem clichê; consiste em cinco amigos que vão para uma casa bem distante da cidade, num lugar bem sombrio e macabro; em um certo momento do filme, a tampa de um porão é aberta, e Scott (o babaca do filme) resolve olhar o que tem lá. Ele acaba demorando, e Ash vai ao seu encontro. Os dois amigos acabam encontrando uma espingarda, alguns cartuchos, um livro bizarro e um gravador. Eles resolvem ver a gravação, mas descobrem que o que estava gravado era uma série de palavras que foram ditadas por um homem que passou experiências sobrenaturais naquele mesmo lugar e que perdeu sua esposa por causa disso. Ele falava de como foi o que passou e que teria de matar a própria esposa por que foi possuída, e diz também um verso daquele livro que acorda demônios que estão naquele lugar, e com isso os demônios acordam. O resto é spoiler. O filme foi dirigido por Sam Raimi; sim, o mesmo diretor da trilogia do Homem-Aranha em seu início como diretor. A direção é bem amadora, mas se encaixou com o roteiro; sem falar que o filme foi feito com um orçamento baixíssimo, de apenas 350 mil doletas e com uma receita de 2,4 milhões de dólares. Os atores estão muito bem no filme, principalmente Bruce Campbell, que rouba a cena como Ash. O roteiro nos traz personagens marcantes, diferentes do que vimos em filmes de terror, com as mulheres oferecidas e os homens abobados; e Ash é o que queremos ver em filmes de terror, o protagonista forte, inteligente e não-babaca. 




Apesar de o roteiro ser clichê (como quase todo filme de terror), não é um roteiro ruim, muito pelo contrário, tem bons diálogos e expressões ditas pelos demônios que são de arrepiar os cabelos da jabiraca. O que para alguns seria um filme tosco é o que alguns (como eu) iriam querer nos cinemas; um filme com personagens carismáticos, um bom roteiro, e também que não somente nos dê sustos, mas que nos deixe com medo.


3 - Halloween: A Noite do Terror




Um filme feito sem muito dinheiro, com atores que surpreendem, um assassino macabro e frio, e além disso um diretor genial. Um orçamento de 325 mil doletas foi suficiente para John Carpenter fazer um filme que lucraria 47 milhões somente nos EUA. Halloween narra a história do psicopata Michael Myers, que logo quando criança, no Halloween, esfaqueou sua irmã mais velha. Anos depois ele consegue voltar à sua rua escapando do manicômio. Assim, de volta ao lar ele vai atrás de sua irmã mais nova, Laurie e também encontra alguns adolescentes no caminho. A própria irmã mais nova de Myers é uma personagem diferente do que estamos acostumados com as mocinhas dos filmes de terror; ao contrário de uma moça ingênua, nós vemos uma personagem extremamente madura e inteligente. Carpenter acertou nesse filme, mesmo no começo vemos que o filme possui um tom completamente escuro mesmo quando está de dia. John também nos mostrou o lado frio e psicótico de Myers, dá até um calafrio de vê-lo observar os personagens do filme. Concluindo, Halloween é fantástico e apesar de ter um roteiro simples, é um roteiro muito bem feito e muito bem executado pelos atores, e possui também uma direção magnífica de John Carpenter.



4 - Donnie Darko





Donald Darko é um garoto bom, mas tem que aturar o pai, a mãe e a irmã acham que ele está a delirar. Mas há uma figura estranha vestida de coelho, que o salva de uma turbina, que caiu do nada e iria lhe matar, essa é premissa de Donnie Darko (Plot complicado e personagens marcantes). Donnie Darko conhece uma garota, e em meio aos acontecimentos estranhos em sua vida, ela é âncora que o puxa de volta para a realidade. O filme foi lançado em 2001, dirigido pelo estreante diretor Richard Kelly. O filme conta com um ótimo elenco, com Jake Gyllenhall, Drew Barrymore, Maggie Gyllenhall, Patrick Swayze, Jena Malone e até Seth Rogen. O filme é um clássico cult, e é mais conhecido por sua conclusão confusa, frases marcantes e por sua ambientação na época de Halloween.



5 - O Estranho Mundo de Jack

 


Garotos e garotas de todas as idades, gostariam de ver algo estranho? Então assista O Estranho Mundo de Jack, um dos filmes mais famosos de Tim Burton, marcado por seu protagonista, Jack Skellington. O filme foi lançado em 1993, e é uma animação stop-motion musical, com a trilha sonora da lenda, Danny Elfman. A história acontece devido ao Jack, que busca novos caminhos além do Halloween eterno que a Cidade do Halloween vive, e abre uma porta para a Cidade do Natal, o que leva a um conceito interessante do filme: você pode assistí-lo ambos no Natal e no Halloween. O filme conta com uma trilha sonora arrepiante e personagens marcantes, com visual tão incrível como se espera de Tim Burton.


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Review - Ouija: O Jogo dos espíritos

Ouija: O Jogo dos Espíritos (2014) – Review




Filmes de terror são clássicos de uma maneira inegável, um bom filme de terror tende não a apenas te dar sustos, mas criar uma tensão absurda gerar um medo de que quando você saia do cinema chegue em casa ainda com toda aquela tensão em sua mente, um filme de terror em resumo deveria te encher de medo e arrepiar sua espinha apenas para que você possa sentir isso fluindo por seu corpo, e com nosso especial de Halloween assombrando o blog e o novo filme Ouija a origem do mal em cartaz, porque não analisar o filme de terror de 2014 que aborda justo um dos mitos mais famosos entre historias macabras? Ouija foi lançado em 2014 sendo dirigido por Stiles White, um diretor conhecido por ser o Midas reverso dos filmes de terror. Tudo que um dia já foi interessante e original ele toca, faz um remake e transforma em uma grande montanha de estrume.




Tendo isso em mente Ouija surpreende porque com o histórico de filmes do diretor é fácil esperar um filme ruim, porém ele consegue quebrar as expectativas e entregar um filme pior ainda. Ouija é nada mais que um tabuleiro com letras e um indicador móvel que segundo as lendas foi e é usado para necromancia e também como no caso mais popular comunicação com espíritos, um conceito de terror interessante, porém extremamente desperdiçado no filme inteiro. 



No longa Laine, uma adolescente qualquer que ninguém na face da terra, acaba por descobrir que sua irmã Debbie cometeu suicídio após jogar o infame jogo de tabuleiro Ouija sozinha violando as regras do jogo. Agora Laine e seu grupo de adolescentes genéricos decidem jogar o jogo em busca de respostas. A trama é ruim, muito ruim, nada faz sentido, os furos de roteiro aparecem na sua cara parecendo que quem produziu queira te insultar achando que você vai esquecer-se de algo que acabou de ver 2 minutos atrás. E é em um nível grotesco cheio de incoerências e ideias ridículas. 



A maior parte do filme é sobre o grupo perambulando pela casa onde ocorreu o suicídio e isso resume o filme, nada demais acontece se prepare para emocionantes e assustadores 15 minutos de pessoas andando com lanternas nas mãos. Os sustos acontecem de vez em quando normalmente gerados pelos irritantes barulhos (já vou comentar sobre), porém eis aqui o problema de um susto; Quando você se assusta logo após sua reação você vai rir porque acabou de pular ou gritar ou qualquer outra coisa exagerada que tende a acontecer e se você estiver com alguém por perto é pior ainda, pois toda a tensão vai embora ao mesmo momento. O filme foca totalmente nos sustos o problema é que ou eles não funcionam ou eles quebram a tensão por completo e um filme de terror que não dá medo é um filme extremamente falho. 



O maior recurso que o filme suga e desgasta são os barulhos que acontecem do nada a cada 30 segundos e que nunca dão medo, eles só te irritam cada vez mais e fazem com que você queira que todo mundo morra para que o filme acabe logo. E falando em todo mundo os personagens são horríveis, você não vai se lembrar do nome de nenhum muito provavelmente e isso porque eles são totalmente genéricos, você já sabe o que eles vão fazer porque qualquer um que já tenha visto até mesmo sátiras a filmes de terror já vai conhecer os clichês. 




Visualmente o filme é bonito com um bom uso de cores e ângulos de câmera até interessantes, mas ninguém se importa com isso, tu tá vendo um filme de terror é pra você mijar as calças e não ficar observando as cores de algo como se fosse um quadro do Romero Britto. Em meus reviews raramente coloco minha opinião de uma maneira tão direta, eu prefiro colocar os aspectos bons e ruins e finalizar com minha ideia sobre o filme, pois de qualquer maneira é muito mais interessante você tomar a decisão de ir assistir ou não afinal de contas tudo que sempre apresento são apenas opiniões e pontos de vista, porém Ouija é ruim e não tem jeito. É uma completa perda de tempo para qualquer um, é entediante, não traz tensão e muito menos personagens no mínimo interessantes. Com o Halloween sendo comemorado e pessoas assistindo filmes de terror para comemorar eu sugiro que procure outros filmes, porque a única coisa assustadora em Ouija é sua qualidade cinematográfica. 

Nota final: 2/10 

“Dessa vez o filme é tão ruim que eu não vou procurar musica pra colocar aqui” – Luigi Gear 42




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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Review - Scream (sem spoilers)

Scream – Review (sem spoilers) 




 
Aproveitando o atual clima de Halloween, parece justo falarmos um pouco sobre uma das séries de terror/suspense que mais vem chamando a atenção nos últimos tempos. A série, baseada nos filmes de mesmo nome (cuja tradução para a terrinha verde-e-amarela mudou para “Pânico”), vêm conquistando muitos fãs, sendo esses aqueles que assistiram a série de filmes como novos espectadores que se envolvem e se interessam pela trama. 

Uma coisa que sempre admirei nos filmes era a maneira como mantinham sua clássica e já esperada ironia, através de filmes e livros sobre o ocorrido na cidade dentro do próprio longa. Isso fazia com que a história não caísse em um clichê infundado, uma vez que os próprios clichês que eles atingiam eram criticados no próprio filme e sempre tentavam trazer um elemento diferente para a história. De alguma maneira, Scream adaptou isso muito bem para a série. Não fez ser uma cópia, mas uma releitura até melhor que o original, e isso se deve ao personagem que, acredito muitos, tem como favorito.



Noah (também estereotipado como aquele cara estranho viciado em filmes de terror e artefatos do mundo geek) faz, dentro de cada episódio, a análise de cada coisa que acontece, tornando-se um comentarista sobre a série dentro da própria série e tendo o ponto de vista dos sobreviventes. Quando assume “o Necrotério”, rádio que fala justamente sobre temáticas assim durante a Segunda Temporada, o aprofundamento em cima dessa faceta do personagem se dá ainda mais. Não falarei muito sobre outros personagens aqui para evitar “spoilers”, afinal todo mundo pode assistir essa série sem medo de ser feliz, mas as outras duas principais protagonistas, ao menos da primeira temporada, não podem ser deixadas de lado. Emma é a perseguida da vez pelo assassino encapuzado (inclusive, a releitura da série em cima da máscara do “Pânico” ficou sensacional também – tornou-se algo assustador sem ser cômico ou exagerado).


Ghostface antigo
Tapa no visual

Durante o decorrer da série, sentimos os dramas da personagem como se fôssemos nós. São diversas agonias e paranoias que a acompanham e que sentimos falta em filmes e séries comuns de terror. Realmente faz torcermos pela personagem (e odiá-la muitas vezes, mas você só vai saber disso se assistir a série...). A outra personagem que quero falar aqui é Audrey.





Ela é aquela personagem forte que falta em filmes de terror. Aquela que dá a cara a tapas. Sua história é cheia dos clássicos traumas escolares e vazamentos de “informações pessoais”, mas a personagem mostra-se forte e capaz de lidar com os seus problemas e de seus amigos, ao ajudar eles na luta contra o(s) assassino(s). Valem ser citados também outros personagens como Kieran, Brooke, Jake, Piper e Will, que também têm papéis protagonistas na série. 




Com uma temporada de estreia que considero maravilhosa, a série surpreendeu a maneira como dirigiu sua história, criando a cada episódio um novo clima de tensão que nos motivava a assistir “apenas mais um”. Porém, na segunda temporada, isso parecia ter se perdido. A série parecia ter sido deixada completamente de lado e descartada quando, no episódio especial de Halloween liberado na Netflix há pouco tempo, mostrou que muitas vezes é necessário um final amargo para que a série possa ter um brilho inesperado. O especial mostrou tudo que os fãs queriam ver, mas ainda assim surpreendendo e nos deixando ansiosos por mais uma temporada. Duvida eu deixá-lo só um pouco curioso? Um dos protagonistas citados é um assassino. Assista e me diga se esperava por isso.

Nota final: 9/10









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