BBC’s Sherlock – Review para a nova temporada
Para os ávidos fãs da tão aclamada (e curta) série da emissora britânica sabe o que nos espera em janeiro de 2017: a quarta temporada de Sherlock. Mas o que esperar da próxima season? O que nos foi revelado?
Ao longo da primeira temporada, os personagens nos são apresentados da maneira que, finalmente, merecemos. Não que esteja criticando o modo como isso foi feito na série Elementary (inclusive, gosto de coisas que adaptaram para essa série) ou na maneira como retratado nos filmes do nosso detetive. Lá, a ideia de contar já histórias da convivência entre Watson e seu aclamado parceiro após o surgimento de Mary é uma proposta que, infelizmente, não nos mostra o ponto de origem dos personagens. Já na série não, uma vez que seu objetivo é justamente trabalhar a relação deles ao longo de sua convivência e através das temporadas. Talvez por isso o primeiro episódio, “Um Estudo em Rosa”, seja tão aclamado por todos; ele mostrou a origem que todos queriam ver de uma maneira que ninguém estava esperando. Através da releitura para os tempos modernos, transição da figura da vítima dentro das novas tecnologias e, é claro, o modo como retratados nossos queridos personagens.
Nosso detetive aqui é mostrado como um viciado, primeiramente em nicotina, mas depois vai se mostrando que esse é apenas o princípio. Ele não se diz viciado, mas isso é apenas questão de ponto de vista. Muitos podem concordar e discordar nesse ponto de vista. Mas o inegável é que Benedict Cumberbatch nasceu para esse papel. Eu nunca imaginei um Sherlock Holmes que não o retratado da maneira como ele o faz. Robert Downey Jr faz um ótimo papel também (a sua maneira), mas foge diversas características icônicas do personagem; Jonny Lee Miller põe muito de si no papel e traz resultados muito bons, mas um pouco fora do que se mostra nos contos; para não deixar de citar os clássicos também (que com certeza foram maravilhosos), mas faltava certa regularidade, um Sherlock Holmes estabelecido. E Benedict É esse Sherlock. Dentro de seus trejeitos e suas características pessoais, ele consegue se adaptar e se mostrar capaz de retratar tudo que esperávamos.
Continuando falando sobre nossos personagens, creio que Martin Freeman tenha sido um ótimo Watson também. A química entre os protagonistas da série é fantástica (coisa que também foi explorada de forma mais sutil nos filmes da saga “Hobbit”, através da relação Smaug e Bilbo Baggins). Segundo muito do que vi da interpretação de Jude Law, ele parecia se importar mais com passar o que o roteiro transmitia do que a alma do personagem (o que não é ruim, mas por outro lado nos deixa meio decepcionados). Adoro A Watson de Lucy Liu, mas o receio de muitos fãs que isso seja apenas para concretizar a suposta relação entre os protagonistas deixa sempre o pé atrás ao assistir a série (o que lembra que preciso continuá-la). Os clássicos também mostram uma imagem mais experiente e sábia do doutor, mas muito menos ativa. Nisso a série balanceia muito bem. Ela nos dá um Watson envolvido com o cotidiano do novo/velho amigo, e nos mostra também o quanto ele se importa com aqueles a sua volta (seja Mary, Sherlock ou até Sra. Hudson).
Falando na nossa querida Senhora Hudson, acredito que o papel dela se mostra muito mais importante na série. Continua-se mostrando uma relação até certo ponto hostil entre ela e os inquilinos (até distante, de certo modo), mas inegável a relação de cuidado e atenção que se tem. Acredito que a química entre a atriz que desempenha o papel, Uma Stubbs, com Benedict tenha colaborado com isso. Para quem não sabe, a atriz era vizinha e amiga da mãe do nosso futuro detetive (os pais dele também eram atores; inclusive, aparecem como pais de Sherlock no 3° Season Finale).
Sobre Mycroft: lhe deram um visual muito mais moderno e elegante, mas sem tirar a petulância e o convencimento que o personagem tem em cima do irmão. Mostraram saber trabalhar muito bem com a imagem clássica que se tinha em cima do personagem (como mostrado no MARAVILHOSO episódio especial, “A noiva abominável”). Tornou-se menos impessoal a maneira como ele trata Sherlock, mas não deixa de trazer toda a carga original do personagem.
Talvez o melhor ponto seja Lestrade. Se analisarmos o que nos é mostrado sobre o inspetor da Scotland Yard nos filmes, teremos a impressão de um personagem completamente idiota (até medíocre) que apenas se aproveita da mente de Sherlock. Na série ele mostra-se muito mais participativo, acompanhando o detetive e o doutor nas investigações e ajudando-os (claro que dentro de suas ditas “limitadas” capacidades intelectuais).
Falando em personagens mais participativos, não podemos deixar a querida esposa do doutor de fora. Odiada por uns e amada por muitos outros, Mary mostra-se muito diferente do que geralmente a representam: na série, ela por vezes acompanha o doutor e o detetive e demonstra que não é apenas mais um personagem, como retratado em diversas histórias do detetive. O especial de certa forma ironiza isso, pois dá a entender que Mary não terá um destaque se não o inicial, mas ela mostra ter também grande valor.
Agora, quando se pensa no grande vilão da série, nunca se imaginaria o modo como é retratado o arrogante Professor Moriarty. De certo modo, todos os antagonistas da série mostram-se muito mais do que apenas vilões (como Magnussem, grande foco da última temporada), mas Moriarty É o grande rival do nosso detetive. Geralmente, temos o costume de imaginá-lo sério, presunçoso, convencido, coisas do gênero. Mas, quando nos deparamos com tudo isso de uma maneira única oferecida pelo ator Andrew Scott ficamos sem palavras. Ele consegue ser tudo isso sem ser. Menos a parte séria. Encontramos Jim Moriarty completamente irônico e irreverente (sem contar louco). É impossível não dizer que o ator brilhou no papel. Até hoje, suas “aparições” são extremamente chamativas e até curiosas.
O retorno de um personagem que, de certa forma, não esperávamos torna a próxima temporada tão aguardada. O que nos espera? Sabemos que ela terá um grande antagonista, interpretado por Toby Jones (“Zola”, da saga cinematográfica do Capitão América). Também foi dito que um personagem importante da série irá nos deixar, mas que não seria Sherlock nem Watson. Foi divulgado também um boato de que essa seria a última temporada da série. E o trailer divulgado nos deixa ainda mais ansiosos com tudo que pode acontecer.
Uma das especulações seria de que Mary será o personagem que encontrará a morte. Isso para aprofundar o relacionamento entre Sherlock e Watson. Não quero o fim da personagem, mas confesso que seria muito interessante ver como trabalhariam a relação deles e se seria o ship que muito acreditam. Outra aposta que se tem é com o fim de Mycroft. O ator que dá vida ao personagem, Mark Gatiss, é envolvido com muitas coisas dentro do universo da BBC, o que faz muitos pensarem que queiram acabar com ele para que se possa dar mais liberdade para o ator.
Sobre ser a última temporada eu acho pouco provável, uma fez que cada uma sai com um longo intervalo de tempo, não ficaria sem roteiro ou com uma pré-produção porca. A série já é muito aclamada para simplesmente desistirem dela nesse momento. Por outro lado, o atual sucesso de Benedict que tem atuado em papéis cada vez mais icônicos (“Khan”, “Alan Turing”, “Doutor Estranho”) pode ser um modo de liberar o ator para outros papeis (alguns até dentro da própria BBC). Muitos especulam que o ator tem sido cotado para interpretar o próximo Doutor da outra aclamada série Doctor Who, mas será? O que você acha? Diga o que achou da série, do review e sugira temas. Afinal, tudo nesse blog é elementar, meus caros leitores.
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