quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Escudo do Mestre #1 - Introdução ao RPG

 INTRODUÇÃO AO RPG




Hoje, modestamente iremos falar de um assunto do qual sabemos muito (:p). E, se gostar, você pode até se tornar um RPGista! Vê lá...

Então, o que é esse tal de RPG afinal?

Você já deve ter ouvido falar disso, se assistiu a filmes como ET: O Extraterrestre, ou já deve até jogar.

Vamos aos fatos.
Um grupo de pessoas, sentadas à mesa, com papéis e dados espalhados. As imagens acima mostram a típica cena de Role-playing game, O significado de rpg em inglês. Em português, quer dizer jogo de interpretação de papéis. Basicamente é um jogo em que cada pessoa interpreta um personagem fictício que realiza ações, funcionais ou falhas, dependendo do resultado de um dado. Além dos personagens, existe um jogador especial, o mestre, ou narrador, que cria o cenário no qual os personagens vão jogar e os inimigos ou aliados que os personagens vão encontrar. O cenário, feito pelo mestre, e as ações dos protagonistas, feito pelos jogadores, formam a história épica que é a alma do rpg.

Tá, mas quem ganha o jogo?


Essa é uma questão que a maioria dos leigos sempre levanta. Lembro-me bem, estava acabando uma partida em minha casa, e quando alguns amigos já tinham saído, meu pai me perguntou: “tá, mas quem ganhou?”. Realmente, é de se esperar que alguém pergunte quem saiu vencedor de uma partida de RPG, já que ele é um jogo. Mas não, não existe ganhador nem perdedor no RPG. Nem o mestre, nem o protagonista, nem o inimigo, se uma partida for bem preparada, o único vencedor é a diversão. Ele é totalmente cooperativo, e os jogadores podem escapar do seu mundo e ir para uma terra distante de uma era medieval, ou para o espaço viver uma aventura cósmica, ou ainda lutar ao lado de sobreviventes de um serial killer, tudo isso em uma mesa com amigos. Realmente, o jogo de interpretação de papéis é um exercício mental, que foi recomendado até mesmo pela NASA e é aplicado nas melhores escolas do mundo para estimular a criatividade. Existem professores que aplicam a sua matéria (exemplo: história da 2º Guerra Mundial) num jogo, e envolvem toda a turma num grande jogo, com o professor sendo o mestre.

Como jogador, posso dizer, não há nada mais satisfatório do que ouvir o narrador descrevendo uma luta ou uma paisagem, e você imaginando a cena com todos os detalhes, ou ainda, você mesmo narrando todos os mínimos detalhes de uma paisagem e seus jogadores escutando e desenhando mentalmente a sua história.
  

Legal, é só isso? Agora vou jogar Minecraft...

 
Não, espere. O RPG é um leque enorme de possibilidades. Ele é comparável com um videogame, mas com a diferença que nele você pode fazer qualquer coisa, limitado apenas pelo tamanho da sua imaginação. Se você não está entendendo, vou dar um exemplo:

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NARRADOR – O elfo, o mago e o ladino andam pela floresta à noite. Está chovendo, relâmpagos caem por todos os lados que vocês olham, e trovões ecoam em todos os lugares. O único ruído que se ouve é a chuva, os raios e um ou outro animal sibilando ou coaxando para o nada. A água, caindo nas folhas enormes da selva, molham suas cabeças, e vocês passam cortando galhos para poder passar. A pergunta é: O que vocês estão fazendo nessa floresta?
MAGO – Eu, junto com meus amigos, estou indo de encontro com o feiticeiro da cidadela de Lalibur, autoproclamado Toth. Quando o encontrarmos, pediremos a poção para nosso mestre que está muito doente.
LADINO – Seguindo o mago com minhas adagas negras sujas de sangue, caminho de costas, protegendo a retaguarda.
ELFO – Eu sigo o mago atrás da poção e de justiça para o meu povo, que será libertado de um sono eterno no vale da neblina. O feiticeiro que vamos encontrar pode ter a solução para meu problema.
LADINO – Eu quero rolar Percepção para ver o que encontro na floresta.
NARRADOR – Ok, lance o dado.
DADO – 5
NARRADOR – Você tenta se concentrar no ambiente ruidoso à sua volta, mas não ouve nada além da chuva e de seus próprios passos. De repente, uma gota de saliva quente cai em sua testa. Quando você olha pra cima, há, apoiado em dois galhos grossos logo acima de vocês, um tigre dentes-de-sabre enorme rosna ferozmente pra você. Sua pelagem cinza escura, com listras azuis quase que mágicas reflete a luz de um raio que cai no exato momento em que você observa a fera. Então, ele parte pro ataque. O que vocês fazem?
MAGO – Eu lanço minha rede arcana bem embaixo do tigre!
NARRADOR – Lance o dado
DADO – 20!
NARRADOR – Perfeito! Você consegue enrolar o tigre na rede facilmente, e ele fica se debatendo lá dentro. Mas, de súbito, suas listras começam a brilhar e anulam a magia. O tigre se liberta, caindo em frente a vocês com as presas prontas para abocanhá-los. Então vocês ouvem uma voz retumbando na selva: “AHAHAHAHA, são tão primários...” Essa risada maligna é o que vocês escutam. O que vocês fazem?

"

 
E assim continua a história, e a cada descrição de cenário, os jogadores voltam à ativa. Geralmente há turnos, nos quais cada jogador age separadamente. Esqueci de falar, também, que nos sistemas mais famosos, usam-se dados multifacetados, de 20 lados, 10 lados, 8 lados, às vezes até cem lados. O valor do dado é que determina se a ação ocorrerá ou não, ou qual foi a intensidade de um ataque, etc. Os dados são a parte mais realista dos RPG’s, pois eles limitam as ações que os personagens podem realizar (ou não, pois se você tirar o valor mais alto, pode até voar, dependendo do bom-senso e da boa vontade do mestre).


Falando em sistemas, estes são conjuntos de regras para jogar num certo cenário. Os sistemas mais famosos são o D&D, GURPS, Tormenta e Vampiro: A Máscara. Falaremos deles em outra hora.

O que importa agora é que, se você se interessou pelo Role-playing, pode pesquisar mais. Esse foi um breve resumo, uma pequena introdução ao jogo que, esperamos, você será um novo adepto depois de ler isso. Semana que vem voltamos com a história do RPG, filosofias e experiências próprias. Vamos falar também de sistemas famosos e classes de RPGs medievais. Até a próxima!




- texto por Pato Épico




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